O marido de Sandra vai jantar na casa da mãe, mas ela prefere ficar com a filha. De repente, um telefonema avisa que seu amor sofreu um grave acidente
Publicado em 11/12/2010
Carminha Nunes
Conteúdo do site VIVA!MAIS
Sandra correu para o hospital, mas não conseguiu
chegar a tempo de se despedir do marido
Foto: Getty Images
chegar a tempo de se despedir do marido
Foto: Getty Images
Dentro do táxi, olhava desesperada para Iva, agora no meu colo. Ela continuava dormindo inocentemente. "Moço, por favor, mais rápido!", implorava, enquanto o motorista tentava se desvencilhar de um enorme congestionamento. Por uma estranha coincidência, tocava no rádio Time After Time, com a cantora Cindy Lauper. Era a música do meu namoro com Guillermo. Não aguentei e desatei a chorar.
O taxista, um senhor magro e muito branco, olhou pelo retrovisor e perguntou, meio assustado: "Tudo bem, dona?". "Meu marido... ele está muito mal...", murmurei, tentando me controlar ao máximo. "Sofreu um acidente de carro e... não sei o que aconteceu direito e... não sei", disse, sem muita noção do que falava. O taxista me olhou com compaixão e pisou fundo. Em 10 minutos, meu bebê e eu entrávamos no pronto-socorro. Não me deixaram vê-lo. Estava na UTI. Eu tremia. Uma enfermeira e um rapaz pediram que esperasse numa sala.
"O doutor Mauro já vem falar com a senhora", garantiu-me o estagiário. Iva continuava dormindo com toda a candura. Vez ou outra, abria os olhinhos e me encarava. Parecia curiosa com meu rosto inchado de tanto chorar. Finalmente, o dr. Mauro chegou. Vi o nome em seu crachá e quase me ajoelhei a seus pés, tamanho o desespero por notícias. Ele me olhou e abaixou a cabeça. "Dona Sandra, ele não suportou!", disse, tão baixo que parecia com medo de me falar.
O taxista, um senhor magro e muito branco, olhou pelo retrovisor e perguntou, meio assustado: "Tudo bem, dona?". "Meu marido... ele está muito mal...", murmurei, tentando me controlar ao máximo. "Sofreu um acidente de carro e... não sei o que aconteceu direito e... não sei", disse, sem muita noção do que falava. O taxista me olhou com compaixão e pisou fundo. Em 10 minutos, meu bebê e eu entrávamos no pronto-socorro. Não me deixaram vê-lo. Estava na UTI. Eu tremia. Uma enfermeira e um rapaz pediram que esperasse numa sala.
"O doutor Mauro já vem falar com a senhora", garantiu-me o estagiário. Iva continuava dormindo com toda a candura. Vez ou outra, abria os olhinhos e me encarava. Parecia curiosa com meu rosto inchado de tanto chorar. Finalmente, o dr. Mauro chegou. Vi o nome em seu crachá e quase me ajoelhei a seus pés, tamanho o desespero por notícias. Ele me olhou e abaixou a cabeça. "Dona Sandra, ele não suportou!", disse, tão baixo que parecia com medo de me falar.
Rápido, o médico segurou Iva assim que percebeu: eu ia desmaiar. Acordei sedada. Ao meu lado, meus pais. Minha sogra, de cabeça baixa, estava sentada na cadeira do quarto. Ela me encarou com frieza. Parecia querer me culpar. Evitei seu olhar. "Filha, a Iva está com sua irmã, em casa. Fique tranqüila", disse mamãe segurando minha mão. Eu não conseguia falar nem raciocinar. "Perdi meu homem, meu Guillermo", murmurava, chorando."Perdi o homem que amo, mãe", repetia, como num mantra de tristeza.
Papai apertou minhas mãos também. Dona Manuela, mãe de Guillermo, começou a chorar e saiu do quarto. Senti pena dela naquele momento. Se tinha perdido meu marido, ela estava sem o filho. Foi meu pai quem me deu detalhes do que havia acontecido: na volta da casa de minha sogra, Guillermo parou o carro para trocar um pneu estourado. Quando abriu a porta, uma moto o pegou em cheio e o atirou para longe. Em seu diagnóstico: traumatismo craniano.
Papai apertou minhas mãos também. Dona Manuela, mãe de Guillermo, começou a chorar e saiu do quarto. Senti pena dela naquele momento. Se tinha perdido meu marido, ela estava sem o filho. Foi meu pai quem me deu detalhes do que havia acontecido: na volta da casa de minha sogra, Guillermo parou o carro para trocar um pneu estourado. Quando abriu a porta, uma moto o pegou em cheio e o atirou para longe. Em seu diagnóstico: traumatismo craniano.
O rapaz da moto havia sobrevivido. "Por que ele? Éramos tão felizes! Por que ele, meu Deus, por quê?", gritei, me debatendo na cama. Uma enfermeira entrou e me sedou de novo. Estava em estado de choque. Meio zonza, me vesti e entrei no carro. Já havia se passado um dia do acidente. Agora, estava a caminho do enterro de Guillermo. Minha irmã ficou com Iva. Não achei certo levá-la, preferi preservá-la de todo aquele ritual. Caía uma chuva fininha quando o caixão com o corpo do meu grande amor começou a descer à cova. Frente a frente, eu e Dona Manuela não conseguíamos nos encarar. "Eu estarei sempre a teu lado, meu amor", murmurei, ao jogar uma flor. Subitamente, um vento forte soprou. Naquele momento, dei-me conta de que Guillermo havia entendido minhas palavras.
http://mdemulher.abril.com.br/amor-sexo/reportagem/contos/aqueles-olhos-verdes-conto-amor-sexo-612527.shtml?page=1
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Olá amigo, seu blog foi selecionado para ser um Blogueiro responsável. Selecionamos os blogs mais influentes dentro de cada área, e estamos convidado os mesmos para participar da campanha de Marketing Digital da Casa Ronald McDonald RJ. Caso você queira participar, pedimos que envie um email para midiassociais@casaronald.org.br para que possamos explicar melhor como funcionaria!
ResponderExcluirSerá um prazer ter seu blog como parceiro da Casa Ronald McDonald. Abrace a casa. Esperamos seu contato.
Abraços